sexta-feira, setembro 30, 2011

TRE confirma: Liminar mantém Rosinha Garotinho no cargo


Da Assessoria do TRE  - 30/09/2011 - 17:56

Uma decisão liminar do desembargador federal Sérgio Schwaitzer manteve no cargo a prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosângela Rosinha Garotinho, além de suspender a inelegibilidade imposta ao deputado federal Anthony Garotinho, marido da prefeita. A liminar é válida por 30 dias e acolhe o pedido feito dentro de uma Ação Cautelar, ajuizada pelo casal às 13 horas desta sexta-feira, dia 30. "Defiro a liminar, para conceder efeito suspensivo ao recurso eleitoral interposto, pelo prazo de 30 dias", redigiu o desembargador federal, na decisão publicada às 16h33.

O desembargador Schwaitzer concedeu a liminar com base em dois argumentos jurídicos. Primeiro, ele entendeu que seria plausível a alegação de Rosinha e Anthony Garotinho de que o casal teria direitos ameaçados pela decisão que cassou a prefeita e tornou o deputado federal inelegível. Em ações como a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida contra o casal, os Tribunais ainda não teriam consolidado a jurisprudência sobre como aplicar a redação da Lei Complementar 64/90, com as alterações introduzidas pela LC 135/2010, a Lei do Ficha Limpa.

Além disso, o desembargador federal lembrou que a decisão do Juízo da 100ª Zona Eleitoral era passível de ser revisada, após o exame do recurso pelo Colegiado do TRE-RJ. Constantes alterações na chefia do Poder Executivo municipal poderiam provocar o que o desembargador federal Schwaitzer classificou de "insegurança jurídica". Caso o mérito da Ação Cautelar não seja julgado em 30 dias, a decisão liminar perde efeito.

Na quarta-feira, dia 28, o casal Garotinho já havia ajuizado um Mandado de Segurança com pedido de liminar, mas que foi negado também pelo desembargador federal Sérgio Schwaitzer nesta sexta-feira, dia 30. Ele considerou que o instrumento jurídico utilizado não seria o adequado para obter o efeito suspensivo na AIJE que condenou o casal. "Nos termos da jurisprudência dos Tribunais Superiores, não é cabível mandado de segurança contra decisão judicial que se sujeita a recurso específico, como no caso em análise", explicou o desembargador.

Rosinha comemora liminar do TRE

A rádio Continental acaba de informar que liminar do TRE mantém a prefeita Rosinha Garotinho no cargo. O repórter relatou grande festa na Prefeitura. Prefeita vai falar em caminhão de som aos simpatizantes. No momento, ela canta "a vitória é do povo de Deus".

A liminar mantém Rosinha no cargo por mais 30 dias, tempo em que o Tribunal analisará o mérito da demanda da prefeita.

Nelson Nahim assume interinamente a Prefeitura

Terminou há pouco na Câmara de Vereadores de Campos uma tumultuada sessão que empossou o vereador Nelson Nahin no comando interino da Prefeitura de Campos. A reunião chegou a ser interrompida após a entrada de um grupo de militantes no plenário. Eles foram retirados pela Polícia Militar.

O vereador Rogério Matoso tomou posse na presidência da Câmara. O prefeito interino deve conceder ainda hoje entrevista coletiva sobre este retorno à Prefeitura.

Secom de Campos se cala diante de nova crise na Prefeitura

Contrariando todas as boas práticas indicadas na literatura sobre assessoria de comunicação na administração de crises, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos não publicou até o momento uma só linha sobre a nova cassação da prefeita Rosinha Garotinho. A decisão judicial que determinou o afastamento da governante foi prolatada na última quarta-feira.

Ao contrário de fazer jus ao uso dos recursos públicos na remuneração dos seus profissionais e na estrutura da secretaria, com a produção de informação equilibrada e de qualidade, a cúpula da Secom se ocupa dos interesses privados da prefeita, defendendo os seus interesses políticos em detrimento do direito da cidadania ao acesso a notícias corretas sobre a municipalidade.

Este é mais um episódio que evidencia a urgente necessidade de uma revisão no papel das secretarias de comunicação no Brasil. Bancadas com dinheiro público, elas mais têm se prestado à promoção política dos ocasionais governantes. A prática é tão naturalizada que muita gente, inclusive jornalistas, nem mais a estranha.

Jornalista da Band FM em Campos morre aos 26 anos



Jornalistas de Campos estão consternados com a morte, na madrugada de hoje, do colega João Luiz da Silva Júnior, aos 26 anos, que estava internado no Hospital Ferreira Machado. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Recentemente formado pelo curso de Comunicação Social do Uniflu, o jornalista atuou na Band FM, na Total Comunicação e na Educativa FM.

Muitas manifestações de conforto aos amigos e familiares estão sendo postadas no seu perfil no Facebook. O site Ururau também publicou matéria sobre a morte do jornalista, aqui.

O velório acontece na Igreja Batista de Custodópolis. O sepultamento será nesta tarde em São Francisco do Itabapoana.

[Foto: Album pessoal no Facebook]


[Atualizado às 14:44 para correção da idade do jornalista]

quinta-feira, setembro 29, 2011

Nahin toma posse nesta sexta-feira

De acordo com o blog do jornalista Fernando Leite, o presidente da Câmara de Vereadores, Nelson Nahin, toma posse amanhã, às 15h, na Prefeitura.

Nahin, afirma Leite, já é o prefeito interino, e a posse amanhã é apenas uma formalização. Veja aqui o post.

Advogado de Rosinha continua a dizer que prefeita fica


Jornalismo independente é outra coisa. A rádio O Diário, a mesma onde foi veiculada a entrevista que motivou o pedido de cassação da prefeita Rosinha Garotinho, colocou no ar há poucos instantes uma entrevista feita pelo jornalista Carlos Cunha, da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos, com o advogado José Olímpio, da Procuradoria do Município.

Comovente o esforço de reportagem.

O advogado afirmou que a defesa da prefeita aguarda pareceres de relatores para duas iniciativas: um mandado de segurança no TRE e uma reclamação no TSE. Ambos, naturalmente, buscando manter a prefeita Rosinha no cargo.

A argumentação em favor de Rosinha é a de que haveria uma série de irregularidades no processo que levou à cassação, como indeferimento de vistas no processo e antecipação, por meio de nota da assessoria do TRE, da informação de que a juíza de primeira instância estava prestes a prolatar a sentença.

De acordo com Olímpio, a prefeita, em razão de ter cumprido mais da metade do mandato, só poderá ser afastado em caso de decisão neste sentido em última instância.

O presidente da Câmara de Vereadores, Nelson Nahin, cunhado da prefeita, não cumpriu determinação de assumir interinamente o cargo de prefeito, optando por fazer uma consulta jurídica para melhor se informar sobre a situação.

Uma pergunta ingênua do blog: todo este aparato público, assessoria de comunicação e jurídica por exemplo, podem estar a serviço dos interesses particulares da prefeita? Afinal, não é a instituição Prefeitura que está sob ameaça, mas o desejo (legítimo, diga-se de passagem) de um governante permanecer no cargo.

Rosinha diz que fica e ninguém cobra cumprimento da decisão

Rosinha diz que fica. Nahin enrola com consultas. Justiça assiste passivamente o descumprimento da decisão de uma juíza.

Campos tem pior investimento em cultura entre recebedores de royalties no NF

Artigo da nova edição do Boletim Petróleo, Royalties & Região, do Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades, da UCAM (Universidade Candido Mendes), mostra que Campos é a cidade com pior desempenho nos investimentos em cultura entre os principais municípios recebedores de royalties no norte fluminense. Quissamã, embora com ressalvas dos autores do estudo, é a cidade que mais demonstra preocupação com os equipamentos públicos de cultura. Leia a íntegra do boletim, em PDF, aqui.


[Clique na imagem para ampliar a capa da edição de setembro do BPR&R]

terça-feira, setembro 27, 2011

Centro de Estudos Barão de Itararé realiza I Encontro Internacional de Blogueiros


Da Assessoria do Evento / Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé

Nos dias 27, 28 e 29 de outubro, em Foz de Iguaçu, Paraná, ocorrerá o primeiro encontro mundial de blogueiros e redes sociais, com o tema "O papel das novas mídias na construção da democracia". Organizado pela Associação Brasileira de Empreendedores da Comunicação (Altercom) e pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, com apoio institucional da empresa Itaipu Binacional, o evento reunirá alguns dos principais nomes da blogosfera e da mídia progressista do planeta.

Entre as presenças já confirmadas, estão Ignácio Ramonet (Le Monde Diplomatique), Kristinn Hrafnsson (porta-voz do WikiLeaks), Pascual Serrano (Rebelion), Any Goodman (Democracy Now) - veja a programação abaixo. A idéia é trocar experiências e discutir como potencializar os nossos meios de comunicação. A mídia digital tem cumprindo um papel cada vez mais relevante, como se observa nas revoltas no mundo árabe, na "revolução dos indignados" na Espanha ou nas eleições presidenciais de 2010 no Brasil.

Dada a importância do encontro, sugerimos que as (os) companheiras (os) garantam a presença da sua entidade. O prazo de inscrição se encerra em 20 de outubro. Maior es informações no sítio oficial do encontro: blogueirosdomundo.com.br

Programação

27 de outubro – quinta-feira:

19 horas – abertura oficial do evento;

28 de outubro - sexta feira:


9 horas – Debate: “O papel das novas mídias”

- Ignácio Ramonet – criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro “A explosão do jornalismo”;
- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks;
- Dênis de Moraes – autor do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;
- Luis Nassif - jornalista e blogueiro;


14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”

- Pascual Serrano (Espanha) – blogueiro e fundador do sítio Rebelion;
- Richard Barbrooke – jornalista da Rússia [*];
- Any Goodman - diretor do Democracy Now (EUA)

16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.

- Ahmed Bahgat – blogueiro do Egito;
- Nadine Mo’wwad – blogueira do Líbano [*];
- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online;

Dia 29 de outubro – sábado:

9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.

- Iroel Sanchez – blogueiro cubano da página La Pupila Insomne:
- Osvaldo Leon - sítio da Agência Latinoamericana de Informação (Alai)
- Martin Becerra – professor e blogueiro da Argentina;

14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”

- Emir Sader – blogueiro e articulista do sítio Carta Maior;
- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.
- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.


16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.

– Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];
- Jesse Chacón – ex- ministro das Comunicações da Venezuela;
- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;
- Blanca Josales - ministra das Comunicações do Peru;

 18 horas - Ato de encerramento.


- Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).

[*] Os nomes com asterisco ainda não foram confirmados.


quinta-feira, setembro 22, 2011

“Sala de controle” no Cine Jornalismo deste sábado, 24

Marcado por cenas reais de combates e uma crítica à Guerra do Iraque, o filme “Sala de controle” mostra a rede Al Jazeera, o mais famoso e mais controverso canal de TV do mundo árabe. A película será exibida na Associação de Imprensa Campista neste sábado (24), dentro do projeto “Cine Jornalismo AIC”, que tem entrada franca e começa às 16h. Após a exibição, haverá bate-papo com o jornalista e cineasta Alexandro F.


No documentário, a invasão do Iraque é mostrada da maneira como os árabes a viram. O governo americano “administrou” as informações que chegavam à mídia ocidental, para evitar o que aconteceu durante a Guerra do Vietnã, onde a liberdade de imprensa permitiu que o mundo visse as crueldades praticadas por todos os participantes do conflito. No Iraque, as coisas foram bem diferentes e a Al Jazeera foi considerada muito inconveniente porque insistia em mostrar o sofrimento causado pelas bombas americanas aos civis.


Serviço:
Cine Jornalismo AIC
Sala de Controle (EUA/Egito, 2003)
Dia 24 de Setembro (16h)
Comentador: Alexandro F
Entrada gratuita
Válido como 4 horas acadêmicas para alunos do curso de Comunicação Social da Fafic

segunda-feira, setembro 19, 2011

Imprensa não trata MST como fonte, mostra pesquisa


Do Coletivo Intervozes

Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. A pesquisa foi realizada com apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (FITERT).

O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.

O estudo

MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.

Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.

A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.

Ivan Lins diz que juventude deveria protestar contra a corrupção

quinta-feira, setembro 15, 2011

Lançamento de concursos literários nesta sexta, 16

 A Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima lança nesta sexta, 16, às 10h, as edições 2011 dos seus concursos literários. A data também marca o início do prazo de inscrições, que dura até o dia 7 de outubro.

Além do 23º Fest Campos Poesia Falada e do 21º Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, a Fundação vai lançar uma premiação específica para estudantes, o 1º Fest Campos Poesia Falada Estudantil.

Mais informações pelo e-mail fcjol.literatura@gmail.com ou por telefone (22) 27344600 (Departamento de Literatura).


segunda-feira, setembro 12, 2011

[croniquinhas de segunda]


Guerrilheiro Antônio

Vitor Menezes

Guerrilheiro Antônio mirou no olho esquerdo do soldado Camargo. Acertou o direito. E pensou sobre a necessidade de praticar mais. Cinco dias naquela mata havia alterado o seu condicionamento e abalado os seus reflexos. Mas seu maior lamento era mesmo a perda da pontaria. Descobriu que não era a ideologia, o senso de justiça, o gosto pela política, o amor pela revolução, nada disso o que o mantinha no movimento de guerrilha. Era a adrenalina do tiro.

Matava com prazer de esportista. E mesmo em uma noite de chuva como aquela ele não teria errado um alvo a cem metros.

Dia seguinte, no acampamento, limpou a arma como se ali não estivesse e longe se manteve durante a preleção da tarde. Mais noites e dias se passaram até que a ordem para recuar chegasse ao grupo na selva. Antônio não a obedeceu. Tinha contas a acertar.

Foi então que partiu solitário montanha acima, levando toda a munição que sobrara dos companheiros. Praticou em troncos de árvores, pequenos pássaros, répteis ariscos, frutos em galhos distantes, sempre com patéticos resultados. Decidiu então gastar consigo a última bala. Apontou a um palmo, contra a cabeça, a arma impecavelmente lustrada. Antes de apertar o gatilho ainda observou por alguns instantes o cano que continha a sua sentença. Foi adiante. Acertou o olho esquerdo.

sábado, setembro 10, 2011

Você sabe quem é a dona desta mão?


Reclamar não basta. Esta mão é de alguém que admiro por realizar algo muito bacana por Campos nestes dias. Alguém adivinha quem é?

sexta-feira, setembro 09, 2011

Jornalista deve ter conta pessoal no twitter e no facebook?

Eis uma uma análise da questão, pelo jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital, originalmente no Vi o Mundo:


#jornalistas interditados

Leandro Fortes
No Vi o Mundo

As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.

Baseados na falsa noção de que o jornalista deve ser isento, as grandes empresas de comunicação criaram normas internas cada vez mais rígidas para impedir a livre manifestação dos jornalistas nas redes sociais e, assim, evitar o vazamento do clima sufocante e autoritário que por muitas vezes permeia o universo trabalhista da mídia. Em suma, a opinião dos jornalistas e, por analogia, sua função crítica social, está sendo interditada.

Recentemente, a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, opinou que jornalista não deveria ter Twitter pessoal. Usou como argumento o fato de que, ao tuitar algo “ofensivo”, o jornalista corre o risco de, mais para frente, ter que entrevistar o ofendido. A preocupação da ombudsman tem certa legitimidade funcional, mas é um desses absurdos sobre os quais me sinto obrigado a, de vez em quando, me debruçar, nem que seja para garantir o mínimo de dissociação entre a profissão, que tem caráter universal, e os guetos corporativos onde, desde os anos 1980, um sem número de manuais de redação passaram a ditar todo tipo de norma, inclusive comportamental, sobretudo para os repórteres.

Suzana Singer deu um exemplo prosaico, desses com enorme potencial para servir de case em cursinhos de formação de monstrinhos corporativos que pululam nas redações:

“Hoje o jornalista pode estar em um churrasco, com os amigos, e ser ofensivo com os palmeirenses porque eles ganharam o jogo de domingo. E na semana seguinte ele tem que ir entrevistar o presidente do Palmeiras. Ou seja, é uma situação muito desagradável, que poderia ter sido evitada se o repórter tivesse a postura adequada de não misturar as coisas. Não tem como ter dupla personalidade, separar a sua vida pessoal da profissional, assim como não dá para ter duas contas no twitter”.

Bom, primeiro é preciso esclarecer duas coisas, principalmente para os leitores desse blog que não são jornalistas: é possível, sim, separar a vida pessoal da profissional; e, claro, dá para ter duas contas no twitter. Essa história de que jornalista tem que ser jornalista 24 horas é a base do sistema de exploração trabalhista que obriga repórteres, em todo o Brasil, a trabalhar sem hora extra, ser incomodado nas férias e interrompido nos fins de semana, como se fossem cirurgiões de guerra. Também é responsável, na outra ponta, por estimular jornalistas que se tornam escravos de si mesmo, ao ponto de, mesmo em festas de crianças e batizados de bonecas, passarem todo tempo molestando alguma fonte infeliz que calhou de frequentar o mesmo espaço.

A interdição imposta aos jornalistas pelas empresas de comunicação tem servido, entre outras coisas, para a despolitização das novas gerações de repórteres, instadas a acreditar que são meros repassadores de notícias e tarefeiros de redações. Desse triste amálgama é que surgem esses monstrinhos entusiasmados com teses fascistas, bajuladoras profissionais e bestas-feras arremessados sobre o cotidiano como cães raivosos, com carta branca para fazer, literalmente, qualquer coisa.

Não causa mais estranheza, mas é sempre bom expor o paradoxo dessa posição da ombudsman, que não é só dela, mas do sistema na qual ela está inevitavelmente inserida, desde que o pensamento reacionário e de direita passou a ser bússola fundamental da imprensa brasileira. Digo paradoxo porque o mesmo patronato que confunde, deliberadamente, liberdade de expressão com liberdade de imprensa, para evitar a regulação formal da atividade midiática, é esse que baixa norma sobre norma para impedir seus funcionários de se manifestarem no ambiente de total liberdade das redes sociais, notadamente o Twitter e o Facebook. Não o fazem, contudo, por zelo profissional.

Essa interdição visa, basicamente, evitar que os jornalistas opinem, publicamente, sobre a própria rotina e, assim, exponham as mazelas internas das corporações de mídia. Ou que expressem opiniões contrárias à de seus patrões. Foi assim, por exemplo, no caso da bolinha de papel na cabeça de José Serra, na campanha de 2010.

Aquela farsa ridícula foi encampada, sem nenhum respeito ao cidadão consumidor de notícia, por quase toda a imprensa, por imposição editorial. Diversos colegas jornalistas, alguns que sequer conheço, me mandaram mensagens (um me abordou numa livraria de Brasília) implorando para que eu tratasse do assunto nas redes sociais. Todos me informaram que seriam demitidos sumariamente se contestassem, no Twitter e no Facebook, a tese patética do segundo ataque com um rolo de fita crepe. Todos, sem exceção.

A ética do jornalista é a ética do cidadão, dizia um grande jornalista brasileiro, Cláudio Abramo, aliás, responsável pela modernização de O Estado de S.Paulo e da Folha, nos anos 1960 e 1970. Portanto, nada mais natural que tenha o jornalista os mesmos direitos do cidadão, aí incluído o de se expressar. Impedi-lo, sob um argumento funcional, de exercer seu direito de opinião e crítica é, no fim das contas, mais um desses sinais de decadência moral da mídia brasileira. E, claro, retrato fiel do que ela se tornou nos últimos anos.

Festival aberto ontem prossegue com debate no Sesc e mais espetáculos nas ruas


Patrícia Bueno / Da Assessoria do Evento

Muitas gargalhadas e um show de cultura popular marcaram o primeiro dia do II Festival de Teatro Aberto, promovido pelo Centro de Preservação do Centro. Ontem à noite, na Praça São Salvador, depois da abertura oficial do evento pela atriz Daniela Passos, o público acompanhou as trapalhadas dos palhaços Café Pequeno e Currupita, personagens dos artistas Richard Riguetti e Lílian Moraes, do Grupo Off-Sina, do Rio de Janeiro. O espetáculo de circo-teatro contou com intensa participação do público, que se divertiu a valer com as brincadeiras.

Logo depois foi a vez do jongo, com a reunião de grupos de três comunidades (Barrinha, Pádua e Campos) de jongueiros. Uma grande roda foi formada e ao som de atabaques, os dançarinos com trajes típicos entoaram cantigas relembrando as tradições da época da escravidão.

HOJE - O Festival prossegue hoje com atrações na Praça São Salvador ,Viaduto Leonel Brizola, Palácio da Cultura e um debate imperdível sob o tema: TEATRO DE RUA: ARTE OU MANIFESTO?, a partir das 19h, no Sesc Campos. O evento traz a Campos o pesquisador de teatro de rua LICKO TURLE, doutor em teatro pela UniRio, ator, diretor, produtor teatral, graduado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Como professor, ator, diretor, palestrante, observador, pedagogo e jurado já trabalhou na: Alemanha, Africa do Sul, Gana, Egito, Tunísia, França, Portugal, Holanda, Colômbia, Chile e (no Brasil) Porto Aegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Vitória, Barra do Garça, Goiânia, Salvador, Recife, Campina Grande, Natal, Mossoró, Fortaleza, Belém, Macapá, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Angra dos Reis, entre outras. É membro do ITI-UNESCO - Instituto Internacional de Teatro Centro Brasil.

Detalhes da programação de hoje:

17h – D. Edith (Nós do Teatro - Campos)
Local: Praça São Salvador
18h – 12 Badaladas (Flash Mobile – Campos)
Local: Praça São Salvador
18:30h - Namoro no Carro (Alunos da Escola Livre de Teatro – Campos )
Local: Viaduto Leonel Brizola
20h – Morte e Vida Severina (Grupo de Artes Ori - Campos)
Local: Palácio da Cultura – Espaço Anexo
19h – Debate – teatro de rua, arte ou manifesto?
Local: Sesc Campos - Espaço Multimídia
22h – SLAM FRIENDS – com Bossajukebox, Dizzy Ragga e microfone aberto!
Local: Friends Bar

Confira abaixo fotos do primeiro dia do evento:








[Fotos: Assessoria do Evento / Fernando Boggie]

terça-feira, setembro 06, 2011

Praça São Salvador - década de 1920-30

Aluno do curso de Design Gráfico, do IFF, recria a Praça São Salvador dos anos de 1920 em trabalho de conclusão de curso. Roni Carlos utilizou fotografias da praça entre os anos de 1920 e 1930, com auxílio dos programas 3dmax, vray e after, para criar uma animação e nos dar um belo panorama da antiga Praça São Salvador.

sábado, setembro 03, 2011

Para quem gosta de cemitérios e de poesia


Este vídeo é para os que, como eu, gostam de cemitérios e de literatura. Encontrei lá no blog da Gisele Teixeira.


sexta-feira, setembro 02, 2011

Rima Cabrunco

Roda de Rima, hoje, às 19h, de baixo do Viaduto de Campos, na Alberto Torres.


Militantes criam abaixo-assinado contra Complexo do Açú


Criado aqui no Petição Pública Brasil um abaixo assinado contra a implantação do Complexo Industrial-Portuário do Açú. Confira a argumentação dos organizadores:

"Nós, abaixo assinados, expressamos nosso veemente repúdio ao empreendimento denominado “COMPLEXO INDUSTRIAL-PORTUÁRIO DO AÇU”, pois o mesmo já está causando desastrosos impactos socioambientais e tende a agravá-los mais ainda.

Repudiamos os diversos impactos ambientais causados à maior restinga do Estado do Rio de Janeiro quanto a sua constituição geológica, as suas lagoas, a sua vegetação nativa e a sua fauna silvestre, bem como à economia tradicional de alimentos praticada por pequenos proprietários rurais.

Repudiamos as violentas intervenções dos empreendimentos do GRUPO EBX no mar territorial brasileiro, tais como a abertura de dois grandes canais submersos e a deposição dos sedimentos extraídos no próprio fundo do mar, afetando a fauna marinha e a atividade pesqueira tradicional.

Empreendimentos da EBX foram questionados e expulsos de São Paulo e Santa Catarina, mas estão recebendo todo apoio do Estado do Rio de Janeiro, onde o Instituto Estadual do Ambiente favorece o licenciamento de obras agressivas à sociedade e ao ambiente nativo.

Questionamos os processos de licenciamento, que deveriam ser presididos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos naturais renováveis, pois a maior parte dos empreendimentos será instalada em bens da união.

Exigimos o direito à vida para os seres humanos, para animais, vegetais e ecossistemas, aqui e agora, hoje e depois.

Exigimos também que o desenvolvimento econômico possa ser humano e sustentável, assegurando direito à vida, à ética e à transparência das ações do poder público e da iniciativa privada.

Em nome destes princípios, da Constituição Brasileira e da legislação existente, defendemos que a instalação do COMPLEXO INDUSTRIAL-PORTUÁRIO DO AÇU não seja autorizada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos entes federativos, com todo empenho dos Ministérios Públicos Federal e Estadual."

quinta-feira, setembro 01, 2011

Audiências hoje e amanhã sobre Distrito Industrial do Açú


Da Assessoria da LLX

A Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (CODIN) e a LLX, empresa de logística do Grupo EBX, participam nesta semana de audiências públicas promovidas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA). No evento serão apresentados os estudos ambientais (EIA/Rima) para o licenciamento da infraestrutura do Distrito Industrial de São João da Barra. O empreendimento será instalado ao lado do Superporto do Açu, em construção no município.

A instalação do Distrito Industrial de São João da Barra, o 11º instalado pela CODIN, baseou-se na atração de empresas para a região em razão da implantação do Superporto do Açu. O empreendimento oferece uma série de atrativos, como disponibilidade de minério de ferro, oferta de energia, proximidade com a Bacia de Campos e interligação com rodovias e ferrovias, entre outros. A instalação do Distrito Industrial, aliada ao porto, garante a criação de valor na economia local, maximizando a geração de riquezas, arrecadação de impostos e empregos na região.

A CODIN assinou um termo de cooperação técnica com a LLX delegando à empresa atribuições específicas para a sua atuação no processo de licenciamento. Assim, a LLX vai implantar as infraestruturas de uso comum do Distrito Industrial, como abastecimento de água, rede de esgoto, drenagem, ruas, linhas ferroviárias, emissários e rede elétrica. Pelo termo, a empresa também é responsável pelo licenciamento ambiental do empreendimento.

Distrito

Criado por meio de decretos pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Distrito Industrial será implantado, através da CODIN, no 5º Distrito de São João da Barra. O Distrito Industrial possui área de 7.036 hectares e, para sua infraestrutura estão previstos aproximadamente 132 km de vias, com 44 intersecções e 8 viadutos.

Também está prevista a implantação de cerca de 27 km de trilhos para ferrovia, além da implantação de 92,5 km de redes de distribuição elétrica, 3 subestações de energia e a 114,5 km de iluminação pública. Será construído um reservatório com volume total de 600.000 m³, estações de tratamento de água com vazão de 130 l/s, duas estações de tratamento de esgoto com vazão máxima de 100 l/s e a implantação de 55 km de rede coletora.

Serviço:

01/09 – Audiência Pública São João da Barra
Local: Escola Municipal Gladys Teixeira – Rua Patrício Delfin, nº 295 – Centro / São João da Barra
Horário: 19h

02/09 – Audiência Pública São João da Barra
Local: SESI / Guarus – Avenida Bartolomeu Lizandro, 862 / Campos dos Goytacazes
Horário: 19h

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